Octogésimo nono ato: Com compaixão...
O barco desce e desce,
agitando as folhas de bordo
Pelo grande rio
Àqueles que o esperam,
Eu só digo que ele não vem
As cordas choram a miséria da vida
vibram silenciosas
Sobre a ponte
discreto, o barco segue o caminho
Tropeçando em um casco,
tropeçando em dois cascos
E, tropeçando em cascos vazios,
faz os pardais no bambual
espalharem-se, solitários.
Se eu tenho certeza do que quero? Sim, tenho. Eu sempre quis voltar a esse ponto mais uma vez, escrever livremente, sem ser atormentado pelas convenções... sem nada a perder, a não ser meu estilo e meu modo de ver.
Pensando bem, esse ideal puro e simples era o que eu chamava de escrever. (Enquanto as paredes se reduzem a cinzas) - A partir de hoje vamos apagar nossas pegadas e nos esconder pelo mundo afora. Voltaremos a nos reunir no inverno. Até lá... fiquem vivos.
"...embriagai-vos sem tréguas! De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor". (Baudelaire)
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